quarta-feira, 27 de março de 2013

Capítulo 14: Sérgio… Nem te aproximes mais, não podes provocar-me dessa maneira…



Pelo caminho mandei uma mensagem ao Sérgio a perguntar aonde é que ele estava, ele respondeu que estava em casa o que era um bocado vago para mim mas tinha uma certa ideia de como ir para lá e onde ficava.



Cheguei lá em 20 minutos, aquilo era realmente gigantesco! Da primeira vez que tinha lá ido não fora nas melhores circunstâncias mas agora que estava a ver aquilo com bons olhos de ver era realmente uma casa fantástica!  Subi os pequenos degraus que me separavam da porta, respirei fundo e toquei a campainha. O Sérgio abriu a porta e o meu queixo caiu por completo, ele estava só com umas calças de fato de treino e de tronco nu. Fechei a boca e recompus-me aquele homem era um Deus:
-Entra- disse dando-me passagem
Entrei e olhei em redor, a casa era lindíssima! Olhei para trás e o Sérgio estava parado diante de mim:
-Vai-te vestir- disse calmamente
-Porque? Aonde me queres levar?
-Depois vez- respondi- mas agora por favor vai vestir alguma coisa
Ele fez aquele sorriso provocador que só ele sabe fazer e subiu as escadas. Demorou 20 minutos a arranjar-se! Meu deus era pior que uma mulher!
-Estava a ver que tinha que te ir buscar por uma orelha!- disse de mão na cintura
-Que exagero!- disse- Agora explica-me o que estás a fazer aqui, pensei que estivesses chateada comigo depois do que aconteceu em tua casa.
-Eu não fiquei chateada…- comecei, mas fui interrompi por ele
-Eu quero-te ajudar acredita que sim, mas não te consegui ver naquele estado- disse chegando-se a mim
-Eu percebi- disse dando-lhe a mão- Vais-me ajudar, apesar de ter falado com o Káka quero que sejas TU a ajudar-me.
-Porque?- perguntou segurando a minha mão
-Porque és tu… e porque isto também te vai ajudar.
-Como? – perguntou
-Grupos de apoio já ouviste falar?- perguntei
-Não mas é que nem penses!- exclamou ele. Eu sabia que ele ia rejeitar, mas ter aquela reacção tão explosiva nunca me passaria pela cabeça
-Ei calma, eu só quero ajudar e acredita estar aqui a dizer que provavelmente tenho que ir para um grupo de ajuda é complicado!
-Tu já pensaste bem o que iriam dizer se me vissem num grupo de ajuda?! Para isso tenho a psicóloga do clube !
-Mas olha tu tem calminha! Só quis ajudar, não queres não queiras ponto final! Estou a ver que a minha vinda aqui não adiantou de nada!
-Pois, parece que não- Respondeu
Comecei a dirigir-me a porta quando ele me agarrou pelo pulso e me puxou:
-Desculpa, mas sabes que ser figura pública não é fácil, e se me vissem num sítio desses iriam pensar que eu estou doente e iriam logo fazer um filme sobre a situação.
-Ok está bem escusavas era de ter falado assim- disse tirando o meu pulso do braço dele
-Já pedi desculpa – disse ele.
-Ok, desculpas aceites. Agora pronto já fiz o que tinha a fazer vou embora…- ia-me a dirigir outra vez para a porta quando o Sérgio, desta vez sem me agarrar, acho que ele percebeu que eu não era mulher de me deixar agarrar, disse:
-Eu tenho treino agora, podes ficara aqui e depois almoçamos os dois que dizes?
-Ficar aqui? Sozinha? – Perguntei
-Acredita tens muito por onde te entreter! Lá em baixo tens uma sala de jogos com bilhar, playstation e tens a piscina lá fora por isso… Vá aceita lá.
-É e vou mas a piscina de roupa interior mas ok, eu aceito! Mas com uma condição- disse eu
-Procura num dos quartos lá em cima e de certeza que tem algum bikini da minha irmã, ela vem muitas vezes para aqui nas férias e deixa roupa dela ai por isso e só procurar- disse ele- Qual?- perguntou
-Quando chegares TEMOS MESMO que jogar uma partida Real Madrid x Fc Porto na PalyStation- disse entusiasmada
-AHAHAH- gargalhou ele- Sabes que não vais ganhar não sabes?
-Veremos meu caro veremos- disse rindo também
-Vá até já- disse ele abrindo a porta
-Sérgio – detive-o
-Sim? – Respondeu olhando para trás
-Bom treino, e 5 jogos  não é nada vai passar rápido- tentei passar-lhe um pouco de animo, apesar de ele não dizer eu sabia que lhe ia custar. Pousou o saco e veio ter comigo:
-Obrigada- disse dando-me um beijo suave
-De nada, agora vai lá- disse empurrando-o em direcção a porta
O treino durava 1.30 minutos, o que é que eu ia fazer durante tanto tempo? Ainda por cima sozinha… Decidi então ir procurar um dos bikinis da irmã dele, tinha ficado com vontade de dar um mergulho, também com uma piscina daquelas e com um tempo bom daqueles quem é que não ficaria com vontade? Subi pelas escadas e pus-me a abrir portas e mais portas, até que encontrei o quarto que não era suposto, o do Sérgio. Entrei e olhei em volta, era grande, o maior dos quartos que eu tinha entrado. Sentei-me em cima da cama e voltei a olhar a minha volta e uma moldura em cima da mesa chamou a minha atenção:


Eu não tinha a certeza mas achava que era a sobrinha dele, eu sabia que aquela família adorava aquela pequena que ela muito especial para eles só não sabia porque, talvez um dia viesse a descobrir. Depois de ter pegado na foto e a voltar a pousar sai do quarto e fui em busca do suposto quarto da irmã dele e por sorte era o ao lado do dele. Entrei e remexi nas gavetas um pouco a medo, estava numa casa que não era minha mas já que ia a piscina opah ia fazer como se estivesse em casa que se lixe! Encontrei um bikini super fofo e vesti-o, ia ser um mergulho rápido sim porque não queria que o Sérgio me encontrasse naqueles preparos! Despi a roupa e dobrei bem dobradinha e pus em cima da cama. Peguei numa toalha que lá estava no armário e saltitei até lá em baixo. Cheguei cá fora pus a toalha num espreguiçadeira e fui molhar a pontinha dos pés, a agua não estava propriamente quente por isso decidi dar um mergulho assim entrava de uma vez por todas! Dei um mergulho e nadei até a outra ponta da piscina. Depois de nadar um pouco a agua tinha ficado óptima, fiquei lá uns 30 minutos mas depois o frio apoderou-se do meu corpo e tive mesmo que sair. Peguei na toalha, enrosquei-me nela e sentei-me na espreguiçadeira e pus-me a olhar para a piscina. Estava perdida entre pensamentos e mais pensamentos quando acordei para a realidade e fui tomar banho. Subi as escadas e entrei no quarto que era suposto ser da irmã dele. Olhei em redor e não havia casa de banho… Portanto… Sai do quarto e fui em busca de uma casa de banho, não via casa de banho em lado nenhum!!! Comecei em entrar em pânico, onde raio é que era a casa de banho?! Aposto que aquela casa tinha montes de casas de banho e eu não encontrava nenhuma! Comecei a pensar, a pensar e pensei para mim mesma que no quarto do Sérgio havia uma casa de banho… Armei-me em dona da casa e peguei nas minhas coisas e fui tomar banho na casa de banho do quarto do Sérgio! Entrei na casa de banho e aquilo era gigante! Entrei na banheira e liguei a àgua quente, fiquei com a água a correr nas costas durante 20 minutos, era relaxante para se tornar perfeito só faltava mesmo música. Ouvi um barulho estranho mas devia ser cedo para o Sérgio chegar por isso não me preocupei. Puxei de uma toalha e enrolei-me nela. Ia a sair da casa de banho para me ir vestir, pois as roupas estavam em cima da cama do Sérgio, e dou de caras com o Sérgio em pessoa que fica de boca aberta a olhar para mim:
-Uau… Não estava a espera de uma recepção tão…
-VIRA-TE !- excalmei
-Ai viro nada- disse ele muito rápido
-Sérgio! – gritei – Sai, vá sai !
-Estás no meu quarto sabes?
-Sei mas eu pensava que ias demorar olha que caraças! Oh meu deus isto só a mim- disse pondo a mão na testa.


SÉRGIO

Cheguei a casa e procurei pela Clara, não havia sinal dela. Decidi subir e pousar o saco no quarto, abri a porta e a primeira coisa que vejo é a Clara enrolada numa toalha e a secar o cabelo com outra. Fiquei estupefacto a olhar para ela, não estava a espera de uma recepção daquelas, mas coitada eu percebi que ela também não esperava que eu já tivesse chegado. Se a Clara mexia comigo vê-la naqueles preparos ainda me deu mais certeza disso, ela era linda então envergonhada ainda mais linda ficava. Precisava dela, precisava de ter a certeza que era a tal, porque o que sentia por ela estava a crescer e a crescer de uma maneira que nunca tinha acontecido com ninguém. Aproximei-me dela e não disse nada ela falou por antes que eu tivesse a oportunidade para isso:
-Sérgio… Nem te aproximes mais, não podes provocar-me dessa maneira…
-Tu é que não podes aparecer assim a minha frente- sussurrei ao ouvido dela.
-Eu… - não a deixei acabar a frase e beijei-a. Puxei para mim e meti a mão na cintura dela, desejava-a como nunca aquela rapariga metia-me maluco! Cai-mos os dois na cama e tirei a camisola e ela desapertou-me as calças, sentia que ela me desejava também parecíamos um só! As coisas avançavam cada vez mais e mais até que eu perguntei uma coisa que nuca tinha perguntado a mulher nenhuma:
-Tens a certeza que é isto que queres

Será que vai acontecer algo entre estes dois?
Porque será que Sérgio nunca terá perguntado isto a mulher nenhuma?
Será desta que estes dois ficam juntinhos?


domingo, 17 de março de 2013

Capítulo 13: “Everything is gonna be alright”,



SÉRGIO

Ela chorava sem parar, mas não era um choro “barulhento”, era um choro silencioso, as lágrimas apenas caíam pela sua cara a baixo e ela não emitia um único som. Estávamos os dois sentados no sofá, eu não falava, tinha medo de dizer algo de errado, ela que a fizesse ficar pior, neste momento acho que só podia mostrar que estava lá para ela, mas sinceramente eu não sabia se estava pronto para lidar com aquilo, não sabia lidar com algo que nem saia o que era!
MARIA

Estava com a cabeça deitada sobre as pernas dele e as lágrimas caiam freneticamente, uma das minhas características quando estava mal era que não conseguia falar, não gostava de falar e se o tentasse fazer, se abrisse a boca para pronunciar alguma palavra ela simplesmente não saia, ficava presa. Não, eu nunca tinha chorado a frente de ninguém, nunca tinha sido pessoas de mostrar assim os meus sentimentos e não ia ser agora que isso ia acontecer! Levantei-me devagar e limpei as lágrimas da cara, ele não tinha que me ver assim nem tinha que lidar com isto tudo, era um problema meu e só meu, problema que eu ia ter que cuidar sozinha sem mias ninguém:
-Desculpa- Disse clareando a minha voz- Bem vamos sair? – Estava desesperada por fazer alguma coisa que mudasse aquele ambiente horrível que ali estava mas algo que dizia que iria ser sem sucesso.
-Nós vamos ter que falar sobre isso mais cedo ou mais tarde sabes disso não sabes? Sabes que podes contar-me o que tens.
-Não, não sei, e não vamos falar de nada! É um assunto meu ninguém tem que se meter!- exclamei
-Então porque que me pediste ajuda?!
Não lhe consegui responder aquilo, eu de facto tinha-lhe pedido ajuda mas agora não queria falar do assunto só queria alguém ao meu lado, só não me queria sentir sozinha.
-Olha pois pedi mas agora não quero portanto se quiseres sair sai não precisas de ficar aqui!
-Eu não estou para isto a sério! Queres sofrer? Então sofre sozinha porque eu não estou para ver ninguém sofrer!- pegou ca carteira que estava em cima da mesa junto a porta e saiu.

SÉRGIO

Peguei na minha carteira e bati com a porta, eu não conseguia ver ninguém sofrer! Não consegui lidar com aquilo, não consegui ser o amigo que ela precisava naquele momento e se existia alguém com que ela se abriria era o Kaká. Eles tinham-se tornado bons amigos e ele era como um irmão para mim por isso se eu lhe pedisse ele iria ajudar-me independentemente do que fosse, ainda para mais sendo amiga dela ia ajudar ainda mais depressa:
-Oi mano, preciso que me ajudes numa cena.
-Chuta- respondeu
Contei-lhe o que tinha acontecido, e que não fazia ideia do porque de ela estar assim, e nem precisei de pedir que ele fosse falar com ela, ele próprio disse que estava a caminho de casa dela. Eu não sabia o que fazer, não sabia como ajudar alguém em sofrimento, nunca soube nem era agora que ia saber, eu simplesmente não sabia lidar com o sofrimento dos outros.


MARIA

Estava com as pernas em cima do sofá e com a cabeça pousada nelas, este começo de dia não estava a ser nada bom. Pedi ajuda pois sabia que precisava dela mas no fim não quis mais uma vez admitir que não estou bem, não quis que ninguém entrasse no meu mundo. Perdida entre pensamentos, despertei com a campainha, mas quem seria que me vinha chatear?
-Ah Ola, és tu- disse vendo o Káka a porta- Entra
-Que animação ao ver-me- disse entrando e fechando a porta. Sentou-se no sofá e bateu nele como quem diz “senta-te aqui”.
-Pois, não estou lá muito bem disposta- disse sentando-me ao lado dele- mas diz lá o que te faz vir aqui?
-Não posso vir visitar uma amiga?
Sorri amargamente e respondi:
-Ambos sabemos que não vinhas cá sem uma razão- se fosse noutro dia eu teria brincado com ele, teria sorrido com ele mas estava sem forças para ser simpática.
-É bom saber isso- disse ele- Mas realmente tens razão, a minha vinda cá tem uma razão.
-Diz lá o que queres então- respondi encostando-me no sofá.
-O que eu quero é saber o que se passa contigo- disse
-E como é que sabes que se passa alguma coisa?- perguntei olhando-o de lado
-Porque sei, e quero-te ajudar mas só o posso fazer se me disseres o que tens
-E quem é que disse que eu quero ajuda?- Perguntei secamente
-Repondes a todas a perguntas com outra pergunta?- perguntou
-Sinto-me original assim - disse ironicamente
-Caraças Clara!- disse levantando-se- Estás a ver como estás a falar? Estou aqui a tentar ajudar-te e tu respondes com sete pedras não mão! Eu estou a tentar ser o mais simpático possível, o mais amigo que consigo ser, mas quando me respondem torto eu também perco a paciência!- As palavas dele fizeram com que a torneira das lágrimas silenciosas ligasse outra vez, era muita coisa o mesmo tempo, foi como um choque eléctrico, uma injecção de adrenalina que me dez reagir, reacção essa que foram lágrimas atrás de lágrimas. Odiava chorar odiava mesmo! Mas eu precisava de falar com alguém e ele neste momento era o mais próximo que eu tinha de uma melhor amigo:
-Eu quero dizer o que se passa, mas não consigo- disse entre lágrimas
- Mas não consegues porque? Tu sabes que podes confiar em mim- respondeu sentando-se outra vez ao meu lado e agora sim mais calmo
-Eu sei que sim, mas não sai, fica aqui preso na garganta
-Respira fundo, e fecha os olhos – disse- Dizes se te sentires preparada
-Eu… eu não aguento o que como- disse por fim. Parecia que tinha tirado um peso de cima de mim, sentia-me mais aliviada por ter partilhado aquilo com alguém, talvez devesse ter sido com o Sérgio que eu devia ter desabafado, mas depois da nossa conversa pouco amigável eu percebi que era demasiado “peso” mas ele lidar, só não percebia porque.
-Não aguentas a comida como assim? Vomitas?- perguntou. Estava sereno, calmo, demasiado calmo o que surpreendeu.
-Sim isso, como como como até me sentir uma baleia e depois vomito com a culpa- respondi limpando as lágrimas teimosas que insistiam em cair.
-E porque que fazes isso?- perguntou
-Porque sim, sei lá! Porque sinto-me gorda, porque sinto necessidade de deitar tudo para fora! – Exclamei. Sentia-me frustrada comigo própria, parecia que não me percebia.
-Calma- disse pondo-me a mão sobre a minha- Tu não és gorda, aliás estás muuuuuuito bem acredita no que te digo – disse dando uma gargalhada- Mas achas isso porque, alguém te disse que eras gorda?
-Quando eu era mais pequena, era gordinha, até aos 16 anos sempre o fui e sempre fui gozada por isso, sempre se riram de mim e mandavam aquelas boquinhas “olha a gorda a passar”, então pronto decidi mudar, mas parece que nunca estou bem parece que aquela miúda de 16 anos gorda me persegue para todo o lado que vá. Uma das razões de ter vindo para aqui estudar, foi para “fugir” a essa rapariga de 16 anos, pensava que se saísse de Portugal ia esquecer-me do passado mas não foi isso que aconteceu. Não é por uma questão de estética que eu faço isto é porque não me sinto bem, só isso.


KÁKA

Não estava a espera que o problema da Clara fosse tão grave como realmente era! Eu não era médico, era futebolista, duas profissões completamente diferentes mas era evidente que ela precisava de ajuda, qualquer pessoas que soubesse do caso dela percebia isso, e eu queria ajudar só não sabia como:
-Tu sabes que isso só te faz mal certo?
-Eu sei- respondeu-me
-Tens que procurar ajuda, ir a um médico ou algo assim, não digo agora neste preciso momento mas mais tarde ou mais cedo tens que o fazer para teu próprio bem.
-Eu sei- repetiu
-E lembra-te que a tua garganta não aguenta o esforço que fazes e mais tarde vai-se ressentir enquanto estiveres a cantar sabes disso não sabes?
Ela não precisou de dizer nada, a cara dela traiu-a e as lágrimas que começaram a cair também. Abracei-a e limpei-lhe as lágrimas da cara, custava-me ver uma amiga assim, era o mais próximo que tinha de uma melhor amiga e ao contrário do que as pessoas pensam rapazes e raparigas também podem ser amigos, também se podem abraçar sem ter outro sentimento envolvido, sim porque esse sentimento da parte dela estava reservado ao Sérgio nem valia a pena ela negar e o meu estava reservado a minha querida esposa e aos meus filhos, mas isso não impedia o facto de eu ter amigas e a minha mulher sabia disso ela própria fazia questão de eu ter amigas, tal como ela tinha amigos, a confiança é a base de qualquer relação e felizmente esse sentimento estava presente no meu casamento.



MARIA

Senti-me melhor depois da conversa com o Káka, senti que já não estava sozinha, mesmo não gostando que entrassem no meu mundo tinha-me feito bem.
-Obrigada Káka- disse finalmente- Obrigada por te preocupares e por seres o mais próximo que tenho de um melhor amigo.
-Não tens que agradecer tona, digo o mesmo! As pessoas entram na nossa vida e torna-se importante não é assim? – Respondeu dando-me um sapatada na cocha- Vá agora eu tenho que ir, porque tenho um jantar de familia preparado pelos meus filhos que não posso mesmo chegar atrasado! Ah e tens que os conheces porque eles já ouviram falar de ti.
-Okok- Sorri- Está combinado, quero conhecer as pestes a ver se saem ao pai.
-São mais lindas que o pai as pestes, são como a mãe.
-Aii que o amor é lindo- disse dando uma gargalhada
-Ei que ela já se ri como deve ser!- exclamou- Vá porta-te bem eu vou dizer ao Sérgio para vir cá para não ficares sozinha.
-Eu acho que é melhor não- respondi automaticamente
-Ele não reagiu assim de propósito, ele apenas não sabe lidar com o sofrimento daqueles que lhe são chegados.
-Então porque? – Perguntei
-Coisas dele Clara, tens que lhe perguntar. Mas vá alguma coisa liga-me ok? – disse dando-me um beijo na testa.
Ok- respondi- Obrigada mais uma vez.
-Não agradeças- Sorriu e saiu.
Fiquei sentada a mudar de canais e parei na MTV, estava a dar um música nova do Justin Bieber, eu não era grande fã dele, muito pelo contrário, nem acompanhava a carreira dee nem algo parecido mas aquela música veio no momento certo. Chamava-se Be Alright (https://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=FsNZdlV64jU), a música dizia que tudo ia ficar bem, para não me preocupar que mais tarde ou mais cedo as coisas iam ficar bem. Sorri para o televisor e pensei “Everything is gonna be alright”, tal como a música dizia. Tomei uma decisão, decidi pôr-me boa, decidi mudar as coisas, mudar o destino por assim dizer e contrariar o meu problema.


Tomei uma banho rápido e vesti-me. Estava preparada para sair de casa quando entra a Diana:
-Onde é que vais? –perguntou surpreendida
-Tratar de mim- disse sorrindo. Olhou para mim e ficou a decifrar-me por uns momentos mas o facto de nos conhecer-mos bem fez com que ela me percebesse rapidamente:
-Ainda bem princesa- disse abraçando-me- alguma coisa liga que eu vou a correr.
-Não te preocupes, antes de ir tratar de mim tenho que ir ter com uma certa pessoa. Beijo
Sai de casa e corri para o carro, ia ajudar-me a mim própria mas tinha esperança em ir ajudar outra pessoa também. Seria um espécie de 2em1.

Como quem é que Clara iria ter ?
E onde é que ela iria?
E Sérgio ? Qual será o motivo/o fantasma que o atormenta de tal forma que faz com que ele não saiba lidar com o sofrimento dos outros?